COMPRE AGORA

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

QUAL É SEU SONHO ?




Viver de música sempre foi o grande sonho de Rafael Barreto. Quem viu o jovem baiano soltando a voz e vencendo o reality show de novos talentos “Ídolos 2008”, da “Rede Record”, nem imagina quantos obstáculos ele teve que superar para alcançar seu maior desejo: ser cantor. Dois anos antes de se ver consagrado em rede nacional, ele perdeu a mãe, que sucumbiu a um câncer, e, 1 ano depois,

ele sofreu um aneurisma, que, por sorte, o deixou sem sequelas neurológicas. “O programa me deu uma visibilidade incrível e eu tenho que aproveitar isso e correr atrás de fincar meu nome no cenário musical. Meu sonho não acabou”, diz o cantor, hoje com CD próprio, que começou a carreira se apresentando, desde os 13 anos de idade, em barzinhos de Salvador (BA), ao lado do irmão mais velho e de um amigo.

Assim como Barreto, não são poucas as histórias de brasileiros, famosos e anônimos, que ultrapassaram os limites da imaginação, arregaçaram as mangas e, com muita determinação, transformaram a fantasia em realidade e concretizaram um sonho. Foi assim com Marcos Evangelista de Moraes, o Cafu, lateral direito e capitão da seleção brasileira de futebol na Copa do Japão, de 2002. Nascido no dia 7 de junho de 1970, dia de jogo decisivo entre “Brasil X Inglaterra”, no Mundial do México, o destino já parecia estar a favor do menino que se destacava pela habilidade com a bola desde pequeno. Mas nada foi fácil. Antes de virar craque, Cafu foi rejeitado nove vezes em peneiras de clubes como São Paulo, Palmeiras, Corinthians e Atlético Mineiro.

Determinação

Cafu, porém, nunca duvidou de seu talento e as reprovações não o fizeram desistir. Hoje, entre seus grandes títulos, estão o tetra e pentacampeonato mundial pela seleção brasileira (1994 e 2002, respectivamente), além de outras conquistas importantes pelo São Paulo e Palmeiras, no País, Real Zaragoza (Espanha) e Milan (Itália). Aposentado, dedica-se atualmente à Fundação Cafu, projeto criado por ele e que incentiva a inclusão social de crianças carentes do Jardim Irene, bairro da periferia da zona sul da capital paulista, onde ele passou a infância, adolescência e boa parte da fase adulta.

E nunca é tarde quando se trata de um sonho.

Há quem corra atrás do ideal mesmo quando a vida já parece ter tomado outro rumo, como os dois engenheiros que gostavam de voar e largaram tudo para virarem pilotos, um de voo duplo de asa delta e o outro de avião; o médico que trocou o

consultório para viver nas montanhas do Nepal; ou a menina talentosa que sonhava ser cantora e hoje é uma das mais respeitadas cantoras líricas do Brasil (veja as histórias de cada um nos quadros em destaque ao longo da matéria).A consultora de Recursos Humanos da empresa de recrutamento profissional Catho, Rosemary Bethancourt, aponta que é um engano pensar que a melhor profissão é aquela que dá mais dinheiro. “Há muitas pessoas ganhando bem e que estão muito infelizes”, analisa.

Para o diretor da empresa de recursos humanos HLCA, Jorge Matos, a maioria das pessoas deveria se preocupar em saber quais são as características de um profissional bem-sucedido e não qual a carreira de mais sucesso. “É fundamental identificar o talento de cada um”, indica.

Segundo o psiquiatra e psicoterapeuta Geraldo Possendoro, as pessoas que conseguem viver do sonho são felizardas, mas ele faz um alerta: “É preciso ter cuidado com o ‘canto da sereia’, com a fascinação extrema por algo. Muitas vezes, as pessoas são devoradas e consumidas por um desejo. Corre-se o risco de deixar para trás outros objetivos importantes, como ter filhos ou construir uma família. De repente, a vida produtiva acaba e o indivíduo pode sentir que tomou a decisão errada.”

Um conselho de quem batalhou pelo sonho e chegou lá é: planejar bem cada passo, calcular os riscos e, principalmente, não achar que, ao alcançar a meta desejada, tudo será um mar de rosas. “É mais fácil enfrentar os percalços fazendo o que se gosta”, pondera a cantora lírica Magda Painno.

O norte-americano Eugene Cernan que o diga. Quando ele era apenas um menino, na década de 30, já tinha uma certeza: seu maior sonho era voar. E, apesar de parecer algo inatingível, Cernan não só não desistiu, como foi além. Após receber a graduação de mestre em ciência da engenharia aeronáutica da Escola de Pós-Graduação Naval dos Estados Unidos e depois de vários anos de trabalho na agência espacial norte-americana Nasa, ele foi para o espaço e se consagrou como o último ser humano a deixar suas pegadas na Lua, durante a missão da Apollo 17, em dezembro de 1972, na sua terceira viagem espacial.

Em depoimentos, o astronauta, hoje com 75 anos, costuma lembrar de quando o então presidente dos Estados Unidos John Kennedy lançou o desafio de enviar o homem à Lua e trazê-lo a salvo, no início da década de 60. “Ele pediu o impossível e nós conseguimos”, diz Cernan, que não tem dúvidas de que hoje é a prova viva de que qualquer sonho é possível.

Fonte: Folha Universal
Por Inahiá Castro
inahia.castro@folhauniversal.com.br

Nenhum comentário: