By Wagner Travassos
É inevitável a comparação com esse tipo de “esquema”. Mas gostaria de mostrar o raciocínio dos sistemas, um legal e o outro não. E por que devemos estar atentos, pois a linha entre um e outro se torna cada dia mais fina.
É inevitável a comparação com esse tipo de “esquema”. Mas gostaria de mostrar o raciocínio dos sistemas, um legal e o outro não. E por que devemos estar atentos, pois a linha entre um e outro se torna cada dia mais fina.
O marketing multinível é um sistema legítimo, legalizado, que recolhe impostos, envolve um produto ou serviço agregado, gera empregos diretos e indiretos e contribui com a sociedade de alguma forma. Esse sistema é responsável por um gigantesco faturamento a nível mundial de milhares de companhias. Nos Estados Unidos empresas como a Avon, Gillete, Coca-Cola, Citibank são exemplos de empresas que possuem um sistema de multinível em seu rol de produtos/serviços a oferecer aos seus clientes. A “pirâmide” é um esquema ilegal proibido por lei (a propósito, dá cadeia), que não recolhe impostos, não envolve produtos nem serviços, não gera empregos. E o pior é que quando a “corrente” ou “pirâmide” quebra, todos tem de reiniciar o processo. Hoje em dia esses esquemas estão tentando se fazer passar por um multinível legítimo. Vemos na Internet diversas empresas que dizem ser marketing multinível, porém não oferecem nenhum serviço ou produto legítimo (de valor) em troca de seu dinheiro. Poderíamos citar diversas delas, mas para não sermos tendenciosos vamos deixar o leitor descobrir por si mesmo, bastando observar o produto ou serviço oferecido pela empresa. Percebo através dos inúmeros textos que li que ainda não há um consenso entre os autores sobre a definição do que é uma empresa de marketing multinível. E a falta de legislação sobre o assunto nubla ainda mais o tema. Alguns afirmam que devemos aplicar a legislação americana que define o que é uma empresa de multinível, outros discordam. Uns dizem que tem que envolver
vendas diretas, outros dizem que não. Um dos termômetros é se o produto/serviço comercializado tem relevância e se gera uma cadeia de valor.
Outra “pirâmide” institucionalizada são as empresas tradicionais dos quais muitos de nós somos empregados, vejamos uma ilustração esclarecedora.
Acredito que agora você deve estar percebendo que está em uma pirâmide e o que é pior, em muitos casos, sem perspectiva de mudanças para melhor. Nessa pirâmide empresarial para que você suba alguém tem que: se aposentar, morrer, ser promovido, ser demitido ou pedir demissão. Ou na melhor das hipóteses, a empresa crescer e abrir novas vagas para os níveis mais altos da hierarquia. No multinível vemos uma estrutura um pouco diferente. O critério em 100% dos casos é o da meritocracia. Aqui as pessoas entram da mesma forma e com praticamente o mesmo nível de conhecimento, o que diferencia os resultados é a persistência e a desejo de se atingir as metas traçadas. Portanto, é por mérito que crescemos e não por ter Q.I. (Quem Indique), que é uma prática tão comum nas empresas tradicionais.
Vemos que a legislação brasileira que trata desse assunto é de 1951, então não existia na época o marketing multinível no Brasil. O que existiam eram esquemas ilegais de pirâmides e correntes onde diversas pessoas foram prejudicadas. E essa imagem de pirâmide prejudicou o sistema de forma geral e seu desenvolvimento nos seus primeiros anos no país. Apesar de ser um sistema reconhecido como legal e legítimo em dezenas de países, inclusive aqui no Brasil, o multinível passou por esta sabatina no início de suas atividades. Temos de analisar essas empresas à luz do Código de Defesa do Consumidor. Ele é quem determina se a empresa está atuando dentro da lei ou não. Afinal, todas as empresas privadas são regidas pelo CDC.
Com o advento da venda direta e a chegada de grandes empresas, vimos à aceitação crescer ano após ano. E hoje contamos com diversas opções de empresas no Brasil. Tantas que fica até difícil escolher a qual se afiliar. Diariamente recebo convites para participar de sistemas de multinível que surgem e outros já estabelecidos. Opção não falta, é só escolher com cuidado e consciência.
Extraido do Livro: FUNDAMENTOS DO MARKETING MULTINIVEL
de Wagner Travassos