O critério é simples:
basta verificar a origem do dinheiro. para a remuneração aos
distribuidores. Se os pagamentos dos bônus vierem da adesão paga pelas
novas pessoas e não da comercialização de produtos/serviços trata-se de
um esquema piramidal. Em países como EUA e Inglaterra existem
organismos do governo – como a americana SEC – para detectar a formação
de pirâmides inclusive no mundo das vendas diretas. Quando identificado o
mecanismo piramidal a empresa é fechada com participação da polícia e
seus responsáveis presos. O episódio mais recente foi o fechamento da
Zeekwards, fechada nos EUA pela SEC, com participação do FBI. Se a sede
do hipotético marketing de sandálias havaianas fosse no Brasil, o
esquema prosperaria e poderia tomar proporções nacionais. Isso porque
não existe regulamentação para a atividade de marketing multinível no
Brasil, portanto, a empresa das sandálias não poderia, a priori, ser
acusada de fazer algo ilegal. Além disso a legislação contra pirâmides
financeiras data dos anos cinquenta, quando os tempos eram outros sem,
por exemplo, internet e redes sociais.
Mas
qual é a linha divisória que separa uma pirâmide financeira de um
legítimo trabalho de criação de redes em marketing multinível?
Esta é a razão porque o Brasil tornou-se nos últimos anos o porto seguro para vigaristas internacionais,
provenientes dos mais diferentes países, onde já haviam aplicado golpes semelhantes, além dos muitos meliantes nacionais ávidos pelo lucro fácil. Por causa da ausência de uma legislação mais rigorosa, em 2013 foram catalogados no Brasil nada menos que 64 esquemas piramidais, disfarçados de empresas de marketing. Todos eles cumprindo as pífias exigências de apenas ter um CNPJ, sede física, etc. E nada mais do que isso. Quer dizer, seriam todas empresas “legais”, mas não são morais, porque o lucro não vem de uma atividade produtiva e sim de uma especulação financeira baseada nas novas adesões. Numa época de tantas propostas de enriquecimento rápido no mundo do (falso) marketing, é difícil para o iniciante distinguir entre a luz e as trevas, entre o legal e o ilegal, entre o moral e o imoral. Um dos pontos que mais confundem os neófitos é o fato de que muitas vezes a pirâmide ter um produto ou serviço de fachada, para mascarar os reais procedimentos do esquema.
O problema é que mesmo com produtos e serviços de fachada, os bônus pagos aos distribuidores vêm
do dinheiro das novas adesões, como toda pirâmide que se preze. O ponto em comum entre todas as pirâmides, desde o início com Baldomera e Charles Ponzi, é prometer altos ganhos sempre com pouco ou nenhum trabalho. Mas o dinheiro só vem antes do trabalho no dicionário, onde a letra “D”,de dinheiro,vem antes da letra “T”, de trabalho. A favor do Marketing do Bem, existe o fato de que pesquisas demonstram que os esquemas piramidais têm duração média apenas de 18 a 24 meses. O primeiro que tornou-se “epidemia”nacional, com nome de passarinho em 2011 – precedido por muitos outros sem o mesmo sucesso – durou 20 meses fazendo 250.000 vítimas antes de sofrer infarto fulminante.
provenientes dos mais diferentes países, onde já haviam aplicado golpes semelhantes, além dos muitos meliantes nacionais ávidos pelo lucro fácil. Por causa da ausência de uma legislação mais rigorosa, em 2013 foram catalogados no Brasil nada menos que 64 esquemas piramidais, disfarçados de empresas de marketing. Todos eles cumprindo as pífias exigências de apenas ter um CNPJ, sede física, etc. E nada mais do que isso. Quer dizer, seriam todas empresas “legais”, mas não são morais, porque o lucro não vem de uma atividade produtiva e sim de uma especulação financeira baseada nas novas adesões. Numa época de tantas propostas de enriquecimento rápido no mundo do (falso) marketing, é difícil para o iniciante distinguir entre a luz e as trevas, entre o legal e o ilegal, entre o moral e o imoral. Um dos pontos que mais confundem os neófitos é o fato de que muitas vezes a pirâmide ter um produto ou serviço de fachada, para mascarar os reais procedimentos do esquema.
O problema é que mesmo com produtos e serviços de fachada, os bônus pagos aos distribuidores vêm
do dinheiro das novas adesões, como toda pirâmide que se preze. O ponto em comum entre todas as pirâmides, desde o início com Baldomera e Charles Ponzi, é prometer altos ganhos sempre com pouco ou nenhum trabalho. Mas o dinheiro só vem antes do trabalho no dicionário, onde a letra “D”,de dinheiro,vem antes da letra “T”, de trabalho. A favor do Marketing do Bem, existe o fato de que pesquisas demonstram que os esquemas piramidais têm duração média apenas de 18 a 24 meses. O primeiro que tornou-se “epidemia”nacional, com nome de passarinho em 2011 – precedido por muitos outros sem o mesmo sucesso – durou 20 meses fazendo 250.000 vítimas antes de sofrer infarto fulminante.
Escrevo
em 2013 quando há poucas semanas a Justiça do Acre suspendeu as
atividades de um esquema piramidal que funcionava em todo o Brasil, com
um suposto serviço de telefonia e que também está sendo investigado pelo Ministério da Justiça... depois de exatos 18 meses.
Mesmo que seja conseguida uma liminar para a volta do funcionamento do esquema, será apenas uma sobrevida . De onde se depreende que nem tudo que é legal é moral; e tudo o que é imoral, pode terminar mal.
Mesmo que seja conseguida uma liminar para a volta do funcionamento do esquema, será apenas uma sobrevida . De onde se depreende que nem tudo que é legal é moral; e tudo o que é imoral, pode terminar mal.
publicados sobre marketing multinível. Entre 2009 e 2011 foi o editor da série “Cadernos de Marketing”, que teve três volumes publicados. De 2008 a 2013 foi o editor do jornal Loucos por Marketing, informativo sobre vendas diretas e marketing, agora sob nova direção. Psicólogo e Teólogo de formação acadêmica, Paulo de Tarso Aragão atua no trabalho missionário, como Obreiro na Universal. Fundou o Instituto Missionário Rosa de Saron para aumentar o raio de sua atuação missionária.
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